segunda-feira, 27 de abril de 2009
Conceito Problematizado de Educação IV
“Educação é o desenvolvimento integral do indivíduo: Corpo, mente, espírito, saúde, emoções, pensamentos, conhecimento, expressão, etc. Tudo em benefício da própria pessoa, e a serviço de seu protagonismo e autonomia. Mas também sua integração harmônica e construtiva com toda a sociedade.”
Afinal, do que estamos falando? Da educação formal que é ministrada nas escolas? A educação que tem como objetivo potencializar e preparar o sujeito a como utilizar suas habilidades pessoais, recurso e conhecimentos em beneficio próprio, para a construção de sua caminhada particular.
Não nego a importância desse processo educativo que é oficialização da educação na vida do sujeito. Mas além de aprender a matemática, ciências humanas e sociais, língua materna e línguas estrangeiras, devemos pensar na educação como processo de formação do homem integral que estará a serviço da sociedade.
A educação tem seu sentido para o social e coletivo, para promover a compreensão, a solidariedade, a fraternidade, o desenvolvimento, a autonomia e o protagonismo, para a formação da moral. Como legitimar essa função nata da educação no nosso contexto sócio-educativo? A resposta, no meu entender, não se traduz em “receitas mágicas ou em coisas de outro mundo”. Pelo contrário, nós educadores, já lemos sobre isso, já participamos de alguma palestra, fórum, colóquio, curso e várias teses e monografia são escritas sobre esse tema, mas diante de tudo que vivenciamos na nossa prática pedagógica, nos questionamos ainda: como educar para valores?
A palavra valor vem do grego “axia” e o estudo sobre valores denomina-se “axiologia”. No campo filosófico o significado de valor era entendido como qualquer objeto de preferência ou escolha, os Estóicos, estenderam seu significado no domínio da ética e chamaram de valor os objetos de escolha moral. Muitos teóricos estudaram sobre valores, Kant, Hobbes, Hume, Scheler, Nietzsche, Dewey e não há nenhuma unanimidade filosófica-ética sobre esse assunto, varia de autor para autor e de época para época (Goerge, 2005). Falarei de valor de acordo com os meus conhecimentos técnico-pedagógicos e como ser humano. Valores são princípios básicos que nos orienta em comportamento e decisões que vão construir uma sociedade justa e equânime. O valor dá significado à existência humana, sendo a família a matriz primária da ação educativa. Portanto, a ação dos pais tem uma dimensão educativa irrenunciável, ela é fonte e paradigma de todo fenômeno educativo. A educação é (deve ser) uma colaboradora, onde o educador será o faciliatdor de uma verdadeira “Paidéia” (educação para valores).
O grande problema é a distorção do entendimento do significado de valores que a sociedade, as famílias e o individuo tem apresentado, constituindo uma crise do significado de valores. Essa crise não distingue classe social, etnia, religião, cor de pele, ela está em todos os lugares.
Indivíduos, que crescem sem limites, produtos de famílias materialistas, onde o importante é “ter”, por sua vez essas famílias acham que estão fazendo o melhor para os seus filhos, já que não podem estar com eles. Nas camadas sociais “desfavorecidas”, o que vemos a coisificação da pessoa, um filho é algo descartável, que quando “não quero” ou “não posso” abandono, ou trato como algo que não precisa de muito para viver ou sobreviver. Reprodução de sua história de vida.
Diante desse quadro assustador, pode a educação atuar sozinha, fazer também, o papel da família? Ensinar o amor? Mostrar a positividade do real? Dizer o “não’ necessário que vai gerar uma possibilidade de “sim”? Os profissionais de educação comprometidos buscam, através da reflexão-ação, tentar ajudar os educandos a agir segunda a virtude do bem que existe em todo individuo.
O desafio é: família e educação unidas na formação de um indivíduo solidificado em valores humanos de forma a cumprir seu pleno desenvolvimento pessoal, intelectual e social, estando assim preparado para o exercício da cidadania.
Cristiani Lago/
Assistente Pedagógica de Lauro de Freitas
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