terça-feira, 5 de maio de 2009
"Pedagogia Pé-No-Chão"
"A educação como prática de liberdade, ao contrário daquela que é prática de dominação, implica na negação do homem abstrato, isolado, solto, desligado no mundo, assim também na negação do mundo como uma realidade ausente nos homens". [Paulo Freire, Educação como prática da liberdade]. A prática pedagógica nessa perspectiva requer reafirmação, articulação, criação, resolução de problemas e construção de saberes que extrapolam conteúdos e práticas já cristalizas, estagnadas, limitadas, "objectadas" etc. Assim, queremos inserir em nossa disposição uma pedagogia "pé-no-chão", que poderia ser plastificada nesta frase de Leonardo Boff: "A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam". O "chão" é medida de concepção da realidade, de iniciativa de inserção, de contexto, de fundamento, de base, de encarnação, de despertar os sentidos, de focalizar, enfim, tem a ver com o campo de desenvolvimento da sensibilidade e percepção. Uma pedagogica com "os pés-no-chão" configura-se no lugar, por excelência, de uma educação integral, pois desta perspectiva é "disparado" o princípio da transformação que parte da consciência de um coletivo e da percepção singular dos sujeitos. Talvez seja isto que chamamos de dimensão diálogica, o contato de nossos pés com o chão da realidade, que vamos construindo o caminho da história. Por isso, nada mais oportuno do que revelarmos e construirmos uma "Pedagogia Pé-No-Chão". Tornemos isto num princípio de nossa ação. Enfim, que estas poucas, mas bem intencionadas linhas, sirvam para a construção de uma cultura dialógica em todos os espaços e intenções singulares e coletivas.
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